SOU EU QUE vou ao aeroporto
buscar Margot e Ravi enquanto papai dá os toques finais no jantar e Kitty faz o
dever de casa. Coloco o endereço no GPS só por garantia e chego lá sem incidentes,
graças a Deus. Nosso aeroporto é pequeno, então eu dou uma volta enquanto
espero os dois saírem.
Quando encosto o carro,
Margot e Ravi estão esperando, sentados nas malas. Eu estaciono, pulo para
fora, corro para Margot e jogo os braços em volta dela. O cabelo está
recém-cortado na altura do queixo, ela usa suéter e calça legging e, quando a
aperto com força, penso: Nossa, como senti saudade da minha irmã!
Eu a solto e dou uma boa
olhada em Ravi, que é mais alto do que eu pensava. Ele é alto e magro, com pele
morena, cabelo e olhos escuros e cílios longos. É muito diferente de Josh, mas parece
muito o tipo de garoto com quem Margot namoraria. Tem uma covinha na bochecha direita.
— É bom conhecer você na
vida real, Lara Jean — diz ele, e na mesma hora fico impressionada com o
sotaque. Meu nome parece muito mais chique enfeitado com o sotaque inglês.
Estou nervosa, mas vejo que
a camiseta dele diz ARMADA DE DUMBLEDORE e relaxo. Ele é fã de Harry Potter,
como a gente.
— É bom conhecer você
também. De que casa você é?
Ele pega as bagagens dos
dois e as coloca no porta-malas.
— Vamos ver se você
consegue adivinhar. Sua irmã errou.
— Só porque você estava
tentando me impressionar durante o primeiro mês em que nos conhecemos —
protesta ela. Ravi ri e se senta no banco traseiro. Ele não tenta sentar na
frente, o que, para mim, conta a favor de seu caráter.. Margot olha para mim. —
Quer que eu dirija?
Fico tentada a dizer sim,
porque eu sempre prefiro que Margot dirija, mas balanço a cabeça e sacudo as
chaves bem alto.
— Pode deixar.
Ela ergue as sobrancelhas,
como quem está impressionada.
— Que bom.
Ela vai para o lado do
carona e me acomodo no banco do motorista. Olho para Ravi pelo retrovisor.
— Ravi, quando você for
embora da minha casa já vou ter descoberto a sua casa.
* * *
Quando chegamos, papai,
Kitty e a sra. Rothschild estão nos esperando na sala. Margot parece surpresa
ao vê-la sentada no sofá com papai, os pés descalços no colo dele. Eu estou tão
acostumada com a presença dela que parece que já faz parte da família. Não
tinha me ocorrido quanto aquilo poderia abalar Margot. Mas a verdade é que a
sra. Rothschild e Margot não passaram muito tempo juntas porque minha irmã está
longe, na faculdade; ela não estava aqui quando a sra. Rothschild e papai
começaram a namorar e só voltou para casa uma vez, no Natal.
Assim que a sra. Rothschild
vê Margot, ela dá um pulo para abraçá-la e elogiar seu cabelo. Ela também
abraça Ravi.
— Nossa, você é muito alto!
— comenta ela, e ele ri, mas Margot está com um sorriso duro no rosto.
Até ver Kitty, que envolve
em um abraço de urso e, segundos depois, grita:
— Ah, meu Deus, Kitty! Você
usa sutiã agora?
Kitty ofega e faz cara feia
para ela, as bochechas em um tom vermelho furioso.
Encabulada, Margot diz com
movimentos labiais: Desculpa.
Ravi se adianta e aperta a
mão de papai.
— Oi, dr. Covey, sou Ravi.
Obrigado por me convidar.
— Ah, ficamos felizes em
receber você, Ravi — diz papai.
Ravi sorri para Kitty,
levanta a mão em um cumprimento e diz com algum constrangimento:
— Oi, Kitty.
Kitty assente sem fazer
contato visual.
— Oi.
Margot ainda está olhando
para Kitty sem acreditar. Eu estava aqui o tempo todo, e por isso tenho
dificuldade de ver quanto Kitty cresceu em um ano, mas é verdade, ela cresceu.
Não tanto os seios, o sutiã é puramente decorativo, mas de outras formas.
— Ravi, quer beber alguma
coisa? — pergunta a sra. Rothschild. — Temos suco, Fresca, Coca diet, água.
— O que é Fresca? —
pergunta Ravi, as sobrancelhas franzidas.
Os olhos dela se iluminam.
— É um refrigerante de grapefruit
delicioso. Com zero calorias! Você precisa experimentar. — Margot observa a
sra. Rothschild ir até a cozinha e abrir o armário onde ficam os copos. Enquanto
enche um de gelo, ela diz: — Margot, e você? Quer alguma coisa?
— Eu estou bem — responde
Margot em um tom agradável, mas consigo perceber que ela não gosta de, dentro
da sua própria casa, alguém que não mora aqui lhe oferecer uma bebida.
Quando a sra. Rothschild
volta com a Fresca de Ravi, ela lhe entrega o copo com um floreio.
Ele agradece e toma um
gole.
— Bem refrescante — diz
Ravi, e ela abre um sorriso.
Papai bate palmas.
— Vamos levar as malas lá
para cima? Assim vocês podem descansar antes do jantar. O quarto de hóspedes
está arrumado. — Ele olha para mim com carinho e diz: — Lara Jean deixou chinelos
novos e um roupão para você, Ravi.
Antes que Ravi possa
responder, Margot diz:
— Ah, que gentil. Mas, na
verdade, acho que Ravi vai ficar comigo no meu quarto.
Parece que Margot largou
uma bomba no meio da sala. Kitty e eu trocamos olhares de AH, MEU DEUS,
os olhos arregalados. Papai parece atordoado e sem saber o que dizer. Ao
arrumar o quarto de hóspedes para Ravi, deixar o conjunto de toalhas dobradas
na ponta da cama e pegar o roupão e os chinelos, não passou pela minha cabeça
que ele ficaria no quarto de Margot. Era óbvio que esse pensamento também não
tinha passado pela cabeça do papai.
O rosto do papai vai
ficando mais vermelho a cada segundo.
— Ah, hã… não sei se…
Margot junta os lábios com
nervosismo enquanto espera papai terminar a frase. Estamos todos aguardando,
mas ele não consegue pensar no que dizer em seguida. Seu olhar desvia para a
sra. Rothschild em busca de apoio, e ela encosta a mão nas costas dele.
O pobre Ravi parece
extremamente desconfortável. Meu primeiro pensamento foi que ele era Corvinal,
como Margot; agora, estou pensando que é Lufa-Lufa, como eu. Ele diz, em voz
baixa:
— Eu não me importo de
ficar no quarto de hóspedes. Não quero criar nenhum problema.
Papai começa a responder,
mas Margot é mais rápida.
— Não, não tem o menor
problema — garante ela. — Vamos tirar o resto das coisas do carro.
Assim que eles saem, Kitty
e eu nos viramos uma para a outra. Ao mesmo tempo, nós dizemos:
— Ah, meu Deus.
— Por que eles precisam
ficar juntos no mesmo quarto? — repete Kitty. — Precisam tanto assim fazer
sexo?
— Já chega, Kitty — diz papai,
no tom mais ríspido que já o vi usar com ela.
Ele se vira e sai, e ouço o
som da porta do seu escritório se fechando. É para lá que ele vai quando está
com muita raiva. A sra. Rothschild olha para Kitty com severidade e vai atrás
dele.
Kitty e eu nos olhamos de
novo.
— Ih — falo.
— Ele não precisava surtar
— retruca Kitty, de mau humor. — Não sou eu que quero botar o namorado na minha
cama.
— Ele não fez por mal. — Eu
a puxo para perto de mim e abraço seus ombros ossudos. — Gogo tem muita
coragem, hein?
Ela é muito impressionante,
a minha irmã. Só sinto pena de papai. Essa não é uma briga que ele esteja
acostumado a ter… na verdade, ele não está acostumado a nenhum tipo de briga.
Claro que mando uma
mensagem na mesma hora para Peter e conto tudo. Ele responde com um monte de
emojis de olhos arregalados. E: Acha que
seu pai nos deixaria ficar no mesmo quarto??
Eu ignoro a pergunta.
* * *
Quando Ravi sobe para tomar
banho e trocar de roupa, a sra. Rothschild diz que tem um jantar com as amigas
e precisa ir. Consigo perceber que Margot fica aliviada. Depois que a sra. Rothschild
sai, Kitty leva James Fox-Pickle para dar uma volta, e Margot e eu vamos para a
cozinha preparar uma salada para acompanhar o frango que papai está assando.
Estou ansiosa para ter um momento sozinha com ela para podermos falar sobre a
situação de quem vai dormir onde, mas não tenho a oportunidade de perguntar,
porque assim que entramos na cozinha Margot sussurra para mim:
— Por que você não me falou
que papai e a sra. Rothschild estão namorando sério?
— Eu falei que ela vem
jantar quase todas as noites! — respondo sussurrando.
Começo a lavar uma cesta de
tomates cereja para o som da água corrente abafar nossa conversa.
— Ela está andando pela
casa como se morasse aqui! E desde quando temos Fresca? Nós nunca fomos uma
família que bebe isso.
Começo a cortar os tomates
ao meio.
— Ela adora, então eu
sempre compro quando vou ao mercado. É bem gostoso. Ravi pareceu gostar.
— Não é essa a questão!
— Qual é o seu problema com
a sra. Rothschild, assim do nada? Vocês se deram bem quando você veio no Natal…
— Eu paro de falar na hora que papai entra na cozinha.
— Margot, posso falar com
você um minuto?
Margot finge estar ocupada
contando os talheres.
— Claro, o que foi, pai?
Papai olha para mim, e eu
volto a me concentrar nos tomates. Vou ficar para dar apoio moral.
— Eu prefiro que Ravi fique
no quarto de hóspedes.
Margot morde o lábio.
— Por quê?
Há um silêncio
constrangido, e papai diz:
— Eu só não fico à vontade…
— Mas, papai, nós estamos
na faculdade… Você sabe que nós já dividimos uma cama antes, não é?
— Eu tinha minhas
suspeitas, mas obrigado por confirmar — diz ele com sarcasmo.
— Eu tenho quase vinte
anos. Moro longe de casa, a milhares de quilômetros, há quase dois anos. — Margot
olha para mim, e eu me encolho. Eu devia ter saído quando tive oportunidade. —
Lara Jean e eu não somos mais crianças…
— Ei, não me meta nisso —
falo no tom mais brincalhão que consigo.
Papai suspira.
— Margot, se você quiser
bater o pé em relação a isso, eu não vou impedir. Mas eu gostaria de lembrar
que esta ainda é a minha casa.
— Eu achava que era nossa
casa. — Ela sabe que venceu a batalha, então deixa a voz leve como um
suspiro.
— Bom, vocês não pagam a
hipoteca, eu pago, então isso devia tornar a casa um pouco mais minha. — Com
essa piada final de pai, ele coloca luvas de cozinha e tira o frango, que sai estalando
do forno.
Quando nos sentamos para
comer, papai fica de pé na cabeceira e corta o frango com a faca elétrica nova
e chique que a sra. Rothschild lhe deu de presente de aniversário.
— Ravi, você prefere a
carne mais escura ou a branca?
Ravi pigarreia.
— Hã, desculpa, mas eu não
como carne.
Papai olha para Margot,
horrorizado.
— Margot, você não disse
que Ravi é vegetariano!
— Desculpa — diz ela,
fazendo uma careta. — Eu esqueci completamente. Mas Ravi adora salada!
— Adoro mesmo — garante ele
para papai.
— Eu fico com a porção de
Ravi — eu me ofereço. — Aceito as duas coxas.
Papai as corta para mim e
diz:
— Ravi, amanhã de manhã vou
fazer uma enchilada incrível no café da manhã. Sem carne!
— Nós vamos a Washington
amanhã de manhã. Talvez no último dia dele aqui? — diz Margot, sorrindo.
— Combinado — confirma
papai.
Kitty está estranhamente
quieta. Não sei se de nervosismo por ter um garoto que ela não conhece na mesa
da sala de jantar ou se é porque está ficando mais velha e passando a interagir
de uma maneira menos infantil com gente nova. Se bem que imagino que um garoto
de vinte e um anos está mais para um homem jovem.
Ravi tem ótimos modos,
provavelmente por ser inglês. Não é verdade que os ingleses têm modos melhores
do que os americanos? Ele pede desculpas o tempo todo. “Desculpa, será que eu
posso…” “Desculpa, pode repetir?” O sotaque dele é um charme. Eu fico dizendo
“Como?” para fazer com que ele repita tudo.
Da minha parte, tento
descontrair o clima conversando sobre a Inglaterra. Pergunto por que os
ingleses chamam as escolas particulares de públicas, se onde ele estudou era
parecido com Hogwarts, se ele já conheceu a família real. As respostas dele
são: porque são abertas ao público pagante; eles tinham monitores e
monitores-chefe, mas não tinham quadribol; e ele uma vez viu o príncipe William
em Wimbledon, mas foi só a parte de trás da cabeça dele.
Depois do jantar, o plano é
Ravi, Margot, Peter e eu irmos ao cinema. Margot convida Kitty para ir junto,
mas ela recusa e dá o dever de casa como desculpa. Acho que ela fica nervosa perto
de Ravi.
Eu me arrumo no quarto,
passo um pouco de perfume, um pouco de brilho labial, visto um suéter sobre a
blusinha e calça jeans porque é frio no cinema. Fico pronta rápido, mas a porta
de Margot está fechada, e consigo ouvi-los conversando baixinho, mas exaltados.
É estranho ver a porta dela fechada. Sinto-me como uma espiã quando estou
parada ali do lado de fora, mas é esquisito, porque quem sabe se Ravi está sem
camisa ou algo assim? É tudo tão adulto, aquela porta fechada, aquelas vozes
sussurradas.
Do corredor, pigarreio e
digo:
— Vocês estão prontos?
Falei para Peter que o encontraríamos às oito.
Margot abre a porta.
— Prontos — diz ela, e não
parece feliz.
Ravi sai atrás dela,
carregando a mala.
— Vou só deixar isto no
quarto de hóspedes e estou pronto — comenta ele.
Assim que ele sai, sussurro
para Margot:
— Aconteceu alguma coisa?
— Ravi não quer perder
pontos com o papai por dividir o quarto comigo. Eu falei que não tinha
problema, mas ele não se sente à vontade.
— É muita consideração da
parte dele. — Eu não ia dizer isso para Margot, mas era a coisa certa a se
fazer. Ravi só sobe no meu conceito.
— Ele tem muita
consideração pelos outros — diz ela, relutante.
— E também é muito bonito.
Um sorriso se abre no rosto
dela.
— É, tem isso também.
* * *
Peter já está no cinema
quando nós chegamos, tenho certeza de que por causa de Margot. Ele não vê
problema nenhum em se atrasar para sair comigo, mas nunca ousaria deixar minha
irmã mais velha esperando. Ravi compra todos os ingressos, o que impressiona
Peter.
— Nossa, que educado —
sussurra ele para mim quando nos sentamos.
Ele dá um jeito de ficarmos
na seguinte ordem: eu, Peter, Ravi e Margot, assim os dois podem continuar
conversando sobre futebol. Margot me olha por cima da cabeça deles, achando graça,
e consigo ver que todo o clima desagradável de antes passou.
Depois do filme, Peter
sugere irmos comer frozen custard.
— Você já comeu creme
frozen custard? — pergunta ele a Ravi.
— Não.
— É uma delícia, Rav —
comenta ele. — É caseiro.
— Genial — fala Ravi.
Quando os garotos estão na
fila, Margot diz para mim:
— Acho que Peter está
apaixonado… pelo meu namorado. — Nós duas caímos na gargalhada.
Ainda estamos rindo quando
eles voltam para nossa mesa. Peter me entrega o meu com amêndoa caramelizada e
creme.
— O que é tão engraçado?
Eu só balanço a cabeça e
enfio a colher no creme.
— Espere, temos que
comemorar que minha irmã passou para a William and Mary! — diz Margot.
Meu sorriso parece
congelado quando todo mundo bate seus copinhos no meu.
— Muito bem, Lara Jean. Jon
Stewart estudou lá, não foi? — pergunta Ravi.
— Ah, sim, estudou —
respondo, surpresa. — Isso é algo bem aleatório para você saber.
— Ravi é o rei da cultura
inútil — diz Margot, lambendo a colher. — Não peça para ele falar sobre os
hábitos de acasalamento dos bonobos.
— Duas palavras — diz Ravi.
Ele olha de Peter para mim e sussurra: — Esgrima peniana.
Margot fica tão animada
perto de Ravi. Houve uma época em que achei que ela e Josh tinham sido feitos
um para o outro, mas agora não tenho mais certeza. Quando falam sobre política,
os dois têm o mesmo tipo de paixão, e ficam indo e voltando, um desafiando o
outro, mas também fazendo concessões. Eles parecem duas pedras soltando
fagulhas. Consigo imaginá-los em um programa de tevê como residentes que
competem entre si em um hospital e que primeiro, de má vontade, se respeitam, e
depois acabam se apaixonando loucamente. Ou dois assessores políticos na Casa
Branca, ou jornalistas. Ravi está estudando bioengenharia, o que não tem muito
a ver com a antropologia de Margot, mas não há dúvida de que eles formam uma
ótima dupla.
* * *
No dia seguinte, Margot
leva Ravi para Washington, e os dois visitam alguns dos museus do National
Mall, o Lincoln Memorial e a Casa Branca. Eles me convidaram, com Kitty, para irmos
também, mas respondi não em nome de nós duas porque eu tinha certeza de que
eles iam querer um tempo sozinhos e porque eu queria ficar quietinha em casa
para trabalhar no scrapbook de Peter. Quando eles voltam à noite,
pergunto a Ravi do que ele mais gostou em Washington, e ele diz que o National
Museum of African American History and Culture ganhou disparado, e me arrependo
de não ter ido com eles, pois nunca estive nesse museu.
Nós colocamos na Netflix um
programa da BBC sobre o qual Margot vive falando e que foi filmado perto de
onde Ravi cresceu, e ele mostra lugares marcantes na sua vida, como onde foi seu
primeiro emprego e seu primeiro encontro com uma garota. Nós comemos sorvete
direto do pote, e percebo que papai gosta de Ravi, pois fica insistindo para
ele tomar mais. Tenho certeza de que ele reparou que Ravi está no quarto de hóspedes,
e sei que ficou grato. Espero que Ravi e Margot continuem namorando, porque eu
consigo imaginá-lo na nossa família para sempre. Ou pelo menos que fiquem
juntos tempo o bastante para que eu e Margot façamos uma viagem para Londres e
fiquemos na casa dele!
Ravi tem que ir para o
Texas na tarde seguinte, e embora eu esteja triste de ele ir, também fico um
pouco feliz, porque vamos ter Margot só para nós antes de ela voltar para a
Escócia.
Quando nos despedimos, eu
aponto para ele e digo:
— Lufa-Lufa.
Ele sorri.
— Você acertou de primeira.
— Ele aponta para mim. — Lufa-Lufa?
Eu também sorrio.
— Você acertou de primeira.
* * *
Naquela noite, estamos no
meu quarto assistindo a um programa no meu laptop quando Margot toca no assunto
da faculdade, e é assim que sei que, de certo modo, ela também estava esperando
Ravi ir embora para poder falar comigo sobre coisas sérias. Antes de começarmos
o episódio seguinte, ela me olha e diz:
— Podemos falar sobre a
UVA? Como você está se sentindo agora?
— Eu fiquei triste, mas
está tudo bem. Eu ainda vou estudar lá. — Margot me olha sem entender, e
explico: — Vou pedir transferência depois do primeiro ano. Falei com a sra.
Duvall, e ela disse que, se eu tirar boas notas na William and Mary, com
certeza conseguirei ir pra lá por transferência.
Ela franze a testa.
— Por que você está falando
de pedir transferência da William and Mary se nem começou lá ainda? — Como eu
não respondo, ela diz: — É por causa do Peter?
— Não! Quer dizer, ele é um
dos motivos, mas não é o único. — Eu hesito antes de declarar o que ainda não
tinha dito em voz alta. — Sabe aquela sensação de que você devia estar em um determinado
lugar? Quando visitei a William and Mary, eu não tive essa sensação. Não como tive
na UVA.
— Pode ser que nenhuma faculdade
deixe você com a mesma sensação que você teve com a UVA — diz Margot.
— Pode ser… e é por isso
que vou pedir transferência depois de um ano.
Ela suspira.
— Só não quero que você
deixe de aproveitar toda a experiência na William and Mary porque preferia
estar com Peter na UVA. O primeiro ano é tão importante. Você devia pelo menos
dar uma chance. Pode ser que você acabe adorando lá. — Ela me lança um olhar
intenso. — Lembra o que a mamãe dizia sobre faculdade e namorados?
Como eu poderia esquecer?
Não seja a garota que vai
para a faculdade namorando.
— Eu lembro — respondo.
Margot pega meu laptop e
entra no site da William and Mary.
— Esse campus é tão bonito.
Olhe esse cata-vento! Tudo parece saído de um vilarejo inglês.
Eu me animo.
— Até que parece mesmo. — É
tão bonito quanto o campus da UVA? Não, não para mim, mas acho que nenhum lugar
é tão bonito quanto Charlottesville.
— E, olha, a William and
Mary tem um clube de guacamole. E um clube para quem gosta de observar
tempestades. E, ah, meu Deus! Uma coisa chamada clube dos bruxos e trouxas! É o
maior clube de Harry Potter nas universidades americanas.
— Uau. Isso é muito legal.
Tem clube para quem gosta de assar bolos e biscoitos?
Ela verifica.
— Não. Mas você pode criar
um!
— Pode ser… Seria
divertido… — Talvez eu devesse me juntar a um ou dois clubes.
Ela abre um sorriso para
mim.
— Está vendo? Tem muita
coisa com que ficar animada. E não se esqueça da Cheese Shop.
A Cheese Shop é uma loja ao
lado do campus. Lá são vendidos queijos, é claro, mas também geleias, pães e
vinhos diferentes e massas gourmet. Fazem um ótimo sanduíche de rosbife com molho
da casa, uma mostarda com maionese que já tentei imitar, mas não ficou tão
gostosa quanto a da loja, com o pão fresco deles. Papai adora comprar novas
mostardas e comer sanduíche no Cheese Shop. Ele ficaria feliz de ter uma
desculpa para ir lá. E Kitty adora o outlet de Williamsburg. Lá vende uma
pipoca que é doce e salgada ao mesmo tempo, bastante viciante. Ela é feita na
hora e sai tão quente que até derrete um pouco o saco.
— Quem sabe eu possa até
arrumar um emprego no Colonial Williamsburg — falo, tentando entrar no clima. —
Eu poderia bater manteiga. Usar um traje de época. Tipo um vestido de algodão
com avental, ou o que quer que usassem no período colonial. Já ouvi falar que
eles não têm permissão de conversar usando nossas expressões atuais, só o
arcaico, e as crianças sempre tentam fazer com que eles pisem na bola. Pode ser
divertido. A única coisa é que não sei se contratariam uma oriental, porque não
respeitaria muito a precisão histórica…
— Lara Jean, nós vivemos na
época de Hamilton! Phillipa Soo é descendente de chineses, lembra? Se
ela pode fazer o papel de Eliza Hamilton, você pode bater manteiga. E se alguém
se recusar a contratar você, vamos expor nas redes sociais e fazer com que
contratem. — Margot inclina a cabeça e olha para mim. — Está vendo? Tem tanta
coisa com que se empolgar, se você se permitir. — Ela apoia as mãos nos meus
ombros.
— Eu estou tentando. Estou mesmo.
— Só dê uma chance à
William and Mary. Não a descarte antes mesmo de estar lá. Tá?
Eu faço que sim.
— Tá.
Agr q eu lembrei q o Josh ainda existe
ResponderExcluirEu também kkkkk pena q ele sumiu era ou é tão fofo bom pelo menos agora podemos roubar ele hehehe
ExcluirQue irmã chata, tentando mudar a cabeça da menina. Deixa a meninas escolher o que ela quiser. Afff
ResponderExcluirAhn??? Ela só quer que a irmã não fique na outra faculdade pensando o tempo todo no quanto estar na outra seria melhor. E ela tá certa no ponto do motivo de querer tá na UVA é por ela mesma, ou por causa do Peter. Fazer a irmã olhar o lado bom de outro ponto de vista não é querer controlar ela...
ExcluirChata mesmo só falta ela falar para terminar com Peter igual ela fez com Josh que Ranço já
ExcluirClaro que não gente! Ela quer que Lara Jean se sinta confortável na faculdade em que ela passou e não fique pensando como seria melhor UVA, fala sério!
ExcluirA vida não são só namorados, Lara Jean não passou na UVA! ok! Ela tem que levantar a cabeça e pensar que ela passou em outra ótima faculdade, aproveitar as oportunidades, simples assim. Ficar remoendo e pensando só na outra universidade seria deprimente, poxa, a Margot só quer que ajudá-la a ver o lado positivo da William and Mary para que ela não se sinta para baixo.
O Josh evaporou kkkkkkk
ResponderExcluir"— Vocês estão prontos? Falei para Peter que o encontraríamos às oito."
ResponderExcluirPor que eu olhei para o relógio quando Lara Jean disse isso? ksksk
Kkkkk essa foi ótima!
Excluirrsrsrsrssrs
ExcluirPrimeira vez que vejo lufanos sendo protagonistas cof cof
ResponderExcluirAté em Animais Fantásticos os animais e o Grindelwald roubam a cena do Newt ksksksk
Kkkkkkkk boiei mutiiito! 😂
ExcluirMas achei engraçado.
A.D.R
Margot shiuuu , faz favor !!
ResponderExcluirTenho ranço da Margot desde o primeiro livro. Nunca gosta de nada e ainda fica incutindo coisa na cabeça da Lara Jean
ResponderExcluirMARGOT É MUITO CHATA
ResponderExcluirA Margot é chatinha viu?! Aff...
ResponderExcluirQue folgada Margot, tinha que respeitar o pai e as irmãs, ela não é o "bom exemplo"? Pelo visto não é mais. Eu não aceitaria! Pelo fato da educação que ele deu a elas.
ResponderExcluirkd o JOSH SOCIEDADE????????????????????
ResponderExcluirpensei que Ravi era da Corvinal
ResponderExcluirodeio o fato de sempre falarem "universidade americana", "Museu Americano" etc, parece que os estadunidenses se acham a América inteira
ResponderExcluirNão só parece, eles acham mesmo
ExcluirLufanos 💛
ResponderExcluirMargot é doida ,fazer isso com o pai, desnecessário..
ResponderExcluirPosso não simpatizar com a Margot... Mas ela está certa. As pessoas, quando estão em um relacionamento, têm mania de se 'restringir', principalmente, adolescente. E quero mais do nosso Josh, nessa porra, mais do John... Tô achando que ele, definitivamente, roubou meu coração. Desculpa, Peter.
ResponderExcluirMargot se mete demais nos relacionamentos dos outros primeiro foi da lara Jean com o peter agora do pai delacom trina ela nunca fica feliz pela felicidade deles isso é muito chato
ResponderExcluir