No
princípio havia dragões: orgulhosos, ferozes e independentes. Suas escamas eram
como pedras preciosas. E todos que os contemplavam se desesperavam, pois a
beleza deles era grandiosa e terrível.
Eles
viveram sozinhos na terra da Alagaësia ao longo de incontáveis eras.
Então,
o deus Helzvog criou anões fortes e robustos das pedras do deserto Hadarac. E
as duas raças guerrearam muito. Depois disso, os elfos navegaram até Alagaësia
atravessando o mar de prata. Eles também guerrearam contra os dragões. Mas os
elfos eram mais fortes e teriam destruído os dragões do mesmo modo que os
dragões os teriam destruído. Assim, entre eles foram selados uma trégua e um
pacto. E, por meio dessa união, criaram os Cavaleiros de Dragões, que
mantiveram a paz em toda a Alagaësia ao longo de milhares de anos.
Mais
tarde, os humanos navegaram para a Alagaësia. E os Urgals de chifres. E os
Ra’zac, caçadores da escuridão que se alimentam da carne de homens. E os
humanos também se aliaram ao pacto com os dragões. Porém, um jovem Cavaleiro de
Dragão, Galbatorix, insurgiu-se contra seu povo. Ele escravizou o dragão negro
Shruikan e convenceu treze outros Cavaleiros a segui-lo. E os treze foram
chamados de Renegados.
Galbatorix
e os Renegados derrubaram os Cavaleiros e incendiaram a cidade deles na ilha de
Vroengard. Mataram todos os dragões, com exceção dos seus e de três ovos: um
vermelho, um azul e um verde. E, de cada dragão que puderam, tomaram o coração
dos corações – o Eldunarí – que contém a força, o poder e a mente dos dragões e
são independentes da carne. Por trinta e oito anos, Galbatorix reinou supremo
entre os humanos. Os Renegados morreram. Mas não ele, pois sua força era a de
todos os dragões, e ninguém podia derrubá-lo.
No
trigésimo oitavo ano de seu reinado, um homem roubou de seu castelo o ovo do
dragão azul. E o ovo foi entregue aos cuidados daqueles que ainda lutavam
contra Galbatorix, conhecidos como Varden. A elfa Arya levou-o para os Varden,
e os elfos saíram em busca do ser humano ou do elfo para quem ele eclodiria. E
vinte e cinco anos se passaram. Então, enquanto Arya viajava para Osilon, a
cidade dos elfos, um grupo de Urgals a atacou e a seus guardas. Com os Urgals
estava o Espectro Durza: um feiticeiro possuído pelos espíritos que invocava
para cumprir seus desígnios. Depois da morte dos Renegados, ele havia se
tornado o mais temido dos servidores de Galbatorix.
Os
Urgals mataram os guardas de Arya, mas antes que eles e o Espectro a
capturassem, ela transportou o ovo por meio de magia, enviando-o para aquele
que esperava poder protegê-lo melhor. Contudo, seu feitiço não deu certo. E
assim aconteceu que Eragon, um órfão de apenas quinze anos, encontrou o ovo nas
montanhas da Espinha. Ele o levou para a fazenda onde morava com seu tio,
Garrow, e seu único primo, Roran. Do ovo nasceu uma fêmea de dragão, que Eragon
criou. Deu a ela o nome de Saphira.
Logo
Galbatorix enviou dois Ra’zac para encontrar e recuperar o ovo. Garrow foi
assassinado, e a casa de Eragon, incendiada. Galbatorix escravizara os Ra’zac,
e restavam poucos deles. Eragon e Saphira partiram para se vingar. Com eles foi
o contador de histórias Brom, que antes da queda dos Cavaleiros havia sido um
Cavaleiro de Dragão. Fora para ele que a elfa Arya quisera mandar o ovo azul.
Brom ensinou muito a Eragon sobre esgrima, magia e honra. Ele deu ao menino a
Zar’roc, que em tempos antigos havia sido a espada de Morzan, o primeiro e mais
poderoso dos Renegados. Mas os Ra’zac mataram Brom na vez seguinte em que se
encontraram, e Eragon e Saphira só escaparam graças à ajuda do rapaz Murtagh,
filho de Morzan.
Durante
a viagem, Durza capturou Eragon na cidade de Gil’ead. O garoto conseguiu se
libertar, e também livrou Arya de sua cela. A elfa estava envenenada e
gravemente ferida, de modo que Eragon, Saphira e Murtagh a levaram para os
Varden, que viviam entre os anões, nas montanhas Beor. Lá, Arya foi curada, e
Eragon abençoou um bebê órfão de nome Elva, para que ficasse protegida de
infortúnios. Mas não soube dizer o encantamento da forma correta e, sem se dar
conta, ele a amaldiçoou. E essa maldição a obrigou a se tornar um escudo para o
infortúnio de outros.
Pouco
depois disso, Galbatorix enviou um grande exército de Urgals para atacar os
anões e os Varden. E na batalha que se seguiu Eragon matou Durza. Mas o
Espectro feriu Eragon gravemente nas costas, e ele sofreu de dores terríveis
por causa disso, a despeito dos encantamentos dos curandeiros Varden. Em sua
dor, o Cavaleiro ouviu uma voz. Dizia: Venha
até mim, Eragon. Pois tenho respostas para suas perguntas.
Três
dias depois, o líder dos Varden, Ajihad, foi apanhado numa emboscada e morto
por Urgals sob o comando de um par de magos, gêmeos, que haviam traído os
Varden em nome de Galbatorix. Os gêmeos também sequestraram Murtagh e o levaram
para o rei. Mas, para Eragon e todo mundo entre os Varden, pareceu que Murtagh
tinha morrido, e Eragon ficou muito abalado. A filha de Ajihad, Nasuada, se
tornou a líder dos Varden. De Tronjheim, a sede do poder dos anões, Eragon,
Saphira e Arya viajaram para a floresta de Du Weldenvarden, onde viviam os
elfos. Com eles foi Orik, sobrinho de Hrothgar, o rei anão. Em Du Weldenvarden,
Eragon e Saphira se encontraram com Oromis e Glaedr: o último Cavaleiro e o
último dragão livres, que tinham vivido escondidos durante o século anterior
esperando para instruir a geração seguinte de Cavaleiros de Dragões. Eles
também conheceram Islanzadí, mãe de Arya e rainha dos elfos.
Enquanto
Oromis e Glaedr treinavam Eragon e Saphira, Galbatorix enviou os Ra’zac e um
grupo de soldados para o vilarejo natal de Eragon, Carvahall, dessa vez para
capturar seu primo, Roran. Mas ele se escondeu e, não fosse pelo ódio do
açougueiro Sloan, que assassinou um vigia de modo a permitir a entrada dos Ra’zac
no vilarejo, não o teriam encontrado. Roran lutou e conseguiu se manter livre,
mas os Ra’zac lhe roubaram Katrina, sua amada, filha de Sloan. Precisou
convencer os aldeões a partirem com ele, e o grupo viajou pela Espinha,
descendo até a costa da Alagaësia, e para a região sul de Surda, que ainda se
mantinha independente de Galbatorix.
O
ferimento nas costas de Eragon continuava a atormentá-lo e, durante a
celebração do Juramento de Sangue dos elfos, em que festejam o pacto entre os
Cavaleiros e os dragões, ele foi curado pelo dragão espectral invocado no fim
da festividade. Além disso, a aparição deu a Eragon força e velocidade iguais
às dos elfos. Assim, Eragon e Saphira voaram até Surda, para onde Nasuada
conduzira os Varden a fim de atacar o Império de Galbatorix. Lá, os Urgals se
aliaram aos Varden, afirmando que Galbatorix tinha-lhes obscurecido a mente e
que queriam se vingar dele.
Com
os Varden, Eragon se encontrou de novo com a garota Elva, que crescera em
velocidade prodigiosa por causa de seu encantamento. De um simples bebê, já se
tornara uma garota de três ou quatro anos. Tinha um olhar terrível, pois
conhecia o sofrimento de todos ao seu redor.
Não
muito longe da fronteira de Surda, na escuridão da Campina Ardente, Eragon,
Saphira e os Varden travaram uma grande e sangrenta batalha contra o exército
de Galbatorix. No meio da batalha, Roran e os aldeões se juntaram aos Varden,
do mesmo modo que os anões, que haviam marchado atrás deles vindos das
montanhas Beor. Mas do leste se ergueu um homem vestido numa armadura
reluzente. Vinha montado em um dragão vermelho brilhante, e com um feitiço
matou o rei Hrothgar. Eragon e Saphira lutaram contra o Cavaleiro e seu dragão
vermelho. E descobriram que o Cavaleiro era Murtagh, agora submetido a Galbatorix
por juramentos inquebráveis. E o dragão era Thorn, o segundo dos três ovos a
eclodir.
Murtagh
derrotou Eragon e Saphira com a força dos Eldunarí que Galbatorix lhe dera, mas
permitiu que Cavaleiro e dragão partissem em liberdade, porque ainda sentia
amizade por Eragon. E porque, conforme contou a Eragon, eles eram irmãos, ambos
nascidos da consorte favorita de Morzan, Selena. Murtagh tomou Zar’roc, a
espada do pai deles, de Eragon, e ele e Thorn se retiraram da Campina Ardente
junto com o restante das forças de Galbatorix.
Depois
da batalha, Eragon, Saphira e Roran voaram para a escura torre de pedra,
Helgrind, que servia de esconderijo para os Ra’zac. Mataram um deles – e os
perversos pais do Ra’zac, os Lethrblaka – e resgataram Katrina de Helgrind.
Numa das celas, Eragon descobriu o pai da jovem, cego e semimorto. Eragon
considerou a possibilidade de matar Sloan por sua traição, mas rejeitou a
ideia. Em vez disso, induziu-o a um sono profundo e disse a Roran e a Katrina
que o homem estava morto. Então pediu a Saphira que levasse o casal de volta
para os Varden e foi caçar o Ra’zac restante. Sozinho, Eragon matou o último
Ra’zac e tirou Sloan de Helgrind. Depois de muito pensar, descobriu o
verdadeiro nome do homem, na língua antiga, a língua do poder e da magia. E
utilizou essa informação para obrigar o açougueiro a jurar que nunca mais veria
a filha. Assim, Eragon o mandou viver entre os elfos. Mas o que não contou ao
açougueiro foi que os elfos recuperariam seus olhos se ele se arrependesse de
sua traição e do assassinato.
Arya
se encontrou com Eragon a meio caminho de onde estavam os Varden e, juntos,
eles retornaram a pé pelo território inimigo. Entre os Varden, Eragon descobriu
que a rainha Islanzadí enviara doze feiticeiros, liderados por um elfo chamado
Blödhgarm, para proteger a ele e a Saphira. Eragon então desfez tanto quanto
pôde da maldição que havia lançado contra a garota Elva, mas ela conservou a
capacidade de sentir a dor dos outros, embora não sentisse mais a compulsão de
salvá-los de seu sofrimento. Roran se casou com Katrina, que estava grávida, e
pela primeira vez em muito tempo Eragon se sentiu feliz. Foi quando Murtagh,
Thorn e um grupo de homens de Galbatorix atacaram os Varden. Com a ajuda dos
elfos, Eragon e Saphira puderam resistir a eles, mas nem Eragon nem Murtagh
conseguiram derrotar um ao outro. Foi uma batalha difícil, pois Galbatorix
enfeitiçara os soldados para não sentirem dor, e os Varden sofreram muitas
baixas.
Nasuada
enviou Eragon para representar os Varden entre os anões enquanto eles escolhiam
seu novo rei. Ele não queria ir, pois Saphira tinha de ficar e proteger o
acampamento dos Varden. Mas foi. Roran se alistou no exército dos Varden e logo
subiu na hierarquia, pois demonstrou ser um guerreiro habilidoso e um bom líder
de homens. Durante a estadia de Eragon com os anões, sete deles tentaram
assassiná-lo. Uma investigação revelou que o clã Az Sweldn rak Anhûin estava
por trás do ataque. A reunião de clãs, contudo, prosseguiu, e Orik foi
escolhido para suceder a seu tio. Saphira veio se juntar a Eragon para a
coroação. Durante o evento, ela cumpriu a promessa de reparar a adorada estrela
de safira dos anões, que havia quebrado na batalha entre Eragon e Durza. Dragão
e Cavaleiro voltaram para Du Weldenvarden. Lá, Oromis revelou a verdade sobre a
herança de Eragon: ele não era filho de Morzan, mas de Brom, embora ele e
Murtagh tivessem a mesma mãe, Selena. Oromis e Glaedr também explicaram o
conceito do Eldunarí: um dragão pode escolher expeli-lo enquanto vivo, mas isso
tem de ser feito com grande cuidado, pois quem quer que possua o Eldunarí pode
usá-lo para controlar o dragão do qual ele saiu.
Ainda
na floresta, Eragon decidiu que precisava de uma espada para substituir
Zar´roc. Lembrando-se do conselho que havia recebido do menino-gato Solembum
durante suas jornadas com Brom, Eragon foi procurar a árvore Menoa. Ela
concordou em lhe entregar o aço de luz debaixo de suas raízes por um preço não
definido. Dessa forma, a elfa ferreira Rhunön – que tinha forjado todas as
espadas dos Cavaleiros – trabalhou com Eragon para fazer uma nova espada para
ele. A espada era azul, e Eragon a chamou de Brisingr – “fogo”. E a espada
irrompia em chamas sempre que ele dizia seu nome. Glaedr entregou seu coração
dos corações a Eragon e a Saphira, e eles retornaram para junto dos Varden,
enquanto o dragão e Oromis se juntavam aos seus semelhantes e atacavam a parte
norte do Império.
Durante
o cerco a Feinster, Eragon e Arya encontraram três magos inimigos, um dos quais
estava transformado no Espectro Varaug. E, com a ajuda de Eragon, Arya o matou.
Enquanto isso, Oromis e Glaedr lutavam contra Murtagh e Thorn. E Galbatorix
agiu e se apoderou da consciência de Murtagh. Com o braço de Murtagh,
Galbatorix matou Oromis e Thorn abateu o corpo de Glaedr. Embora os Varden
tivessem saído vitoriosos de Feinster, Eragon e Saphira choraram a perda de seu
professor, Oromis. Mas, mesmo assim, os Varden continuaram, e agora marcham
penetrando ainda mais profundamente no Império, em direção à capital, Urû’baen,
onde reina Galbatorix, orgulhoso, confiante e desdenhoso, pois sua força é a
força dos dragões.
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